segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Pequena bailarina


Saudade. Acho realmente que é isto que sinto..saudade. O maiô, as sapatilhas de pontas, as peças de tantos  compositores quase sabidas de cor, o cansaço de treinar horas a fio, o desespero dos bailados a chegar, no fundo a vontade de voltar. Ainda tenho o som dos aplausos na cabeça de cada vez que a cortina descia e voltava a subir. É realmente maravilhoso ter o merecido reconhecimento, é maravilhoso perceber em quão pouco tempo a dor se transforma em pleno prazer. Pessoas, sítios, momentos jamais esquecidos e todos insubstituíveis. Não existe palavras para descrever o que um bailarino sente. É uma paixão que acaba por se tornar obsessiva, é um sonho tornado real cada vez que subimos ao palco.
A todos que passaram pelo meu caminho, a todos que trabalharam para que fosse uma das melhores, a todos que choraram e riram nas vitórias e derrotas, a todos os que aplaudiram, obrigada!
Fizeram de mim feliz, fizeram-me voar enquanto durou!
Um dia prometo voltar!

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Histórias

Palavras. Palavras que saiem da tua boca como farpas. Atingem-me directamente no peito e sem dó nem piedade explodem dentro do meu coração. Este na sua imensidão remete-se ao silêncio e tenta apaziguar toda e qualquer intenção de ensurdecer a minha razão. A razão....a razão que já perdera o seu caminho há muito e tenta apenas manter-se viva. Queria tapar os olhos, os ouvidos, fingir que apenas não passa de uma brincadeira, que com certeza consegues muito mais. Quero acreditar que o "Eu" não é a única palavra que paira no teu pequeno mundo, quero acreditar que nem tudo o que sai da tua boca é força do momento e que consegues realmente por-me a brilhar. Quero acreditar que não sonho acordada e que tudo isto existe mesmo, ou serei apenas eu a viver esta história? Talvez seja. Talvez a imaginação que nasceu comigo, faça com que seja possível fazer um "era uma vez" e "um felizes para sempre" apenas no singular. Talvez toda esta imaginação me mova, me faça forte. Mas também é possível que crie uma máscara, um falso sorriso, uma falsa história. Queria ser um bicho, um bicho bem pequeno para entrar na tua cabeça e remexer tudo como tu fazes comigo. Queria ser um livro, um livro que te conta uma historia onde tu não és o protagonista e onde não podes actuar como bem te apetece sem olhar para o lado. Queria...queria tanta coisa e tão pouco. Já dizia a Teresa que as verdadeiras histórias se escrevem todas de uma virada, não são apagadas e reescritas. Tem cuidado, porque no dia em que a borracha passar, o caderno fecha e a história acabou.