Palavras. Palavras que saiem da tua boca como farpas. Atingem-me directamente no peito e sem dó nem piedade explodem dentro do meu coração. Este na sua imensidão remete-se ao silêncio e tenta apaziguar toda e qualquer intenção de ensurdecer a minha razão. A razão....a razão que já perdera o seu caminho há muito e tenta apenas manter-se viva. Queria tapar os olhos, os ouvidos, fingir que apenas não passa de uma brincadeira, que com certeza consegues muito mais. Quero acreditar que o "Eu" não é a única palavra que paira no teu pequeno mundo, quero acreditar que nem tudo o que sai da tua boca é força do momento e que consegues realmente por-me a brilhar. Quero acreditar que não sonho acordada e que tudo isto existe mesmo, ou serei apenas eu a viver esta história? Talvez seja. Talvez a imaginação que nasceu comigo, faça com que seja possível fazer um "era uma vez" e "um felizes para sempre" apenas no singular. Talvez toda esta imaginação me mova, me faça forte. Mas também é possível que crie uma máscara, um falso sorriso, uma falsa história. Queria ser um bicho, um bicho bem pequeno para entrar na tua cabeça e remexer tudo como tu fazes comigo. Queria ser um livro, um livro que te conta uma historia onde tu não és o protagonista e onde não podes actuar como bem te apetece sem olhar para o lado. Queria...queria tanta coisa e tão pouco. Já dizia a Teresa que as verdadeiras histórias se escrevem todas de uma virada, não são apagadas e reescritas. Tem cuidado, porque no dia em que a borracha passar, o caderno fecha e a história acabou.
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