terça-feira, 9 de abril de 2013

Castelos de Areia

Sorrisos, verdadeiras gargalhadas, olhares, toques infinitos, prazer inexplicável e num segundo ficamos cheios de nada. Um sono tranquilo transforma-se no mais terrível pesadelo, e dele não conseguimos acordar. Palavras deixam de fazer sentido, os sonhos desvanecem-se, o tempo voa e nós apenas ficamos colados ao chão. Queremos levantar-nos mas uma força maior derreia-nos e tudo se desmorona. Procuramos incessantemente por respostas, soluções, culpados e por um retorno que a cada segundo se torna mais distante. Dá-nos vontade de virar costas ao mundo tal como o destino nos virou a nós. Cada lembrança transforma-se numa agulha que espeta o coração e cada lágrima que desce queima a pele como verdadeiro fogo. O coração bate desesperado com saudades, cheio de tristeza, de esperança e de amor. Um amor verdadeiro, que de tão verdadeiro chega a doer. Um amor que vira mundos ao contrario, que de tão forte parecia intocável.
Foram feitos planos, traçadas metas ou será que também não passaram de sonhos? Senti que trabalhei, que pus o castelo de pé, que o protegi, que lutei contra ventos e tempestades e assim sendo porque não resistiu?  Bastou pores o pé em cima, tal como a onda quando vem sem pedir licença transforma muralhas em pequenos montes de areia, apagando qualquer rasto.
Dói e não vai parar de doer. O teu cheiro, o teu jeito, a tua voz estão presentes em cada esquina, em cada pedaço do dia e isso não consigo mudar. Sinto saudades do teu toque, do sabor do teu beijo, do teu sussurrar no meu ouvido. Tenho vontade de correr para ti, de te abraçar e gritar ao mundo. Tenho saudades de me sentir completa, porque a bem ou a mal uma parte de mim foi embora. Quero pôr o castelo de pé, reforçar muralhas mas não posso fazê-lo sozinha. Quero que me olhes e que digas que estás aqui, que a corneta vai tocar, a bandeira ser hasteada e que vamos começar do zero. Que voltem os oitos, as guerras de almofadas, os beijos às escondidas, os segredos, as fantasias, a genuinidade. Não quero promessas, quero feitos.
Pensei seriamente que desta vez era a valer e que não me destruiriam o castelo. Por isso mesmo, arregaça as mangas comigo, faz com que se ouça o grito de guerra e vamos meter mãos ao trabalho.  

4 comentários:

  1. Castelos de areia, são não mais que os grãos que os formam. Por isso podemos sopra-los ou esperar que venha a maré e os rearranje. A luta contra a entropia é interminável. E o prazer de cada novo castelo sem comparação.

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  2. Obrigada pelo seu comentário! Mas pode identificar-se.*

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