sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

O tempo que não volta

"Estou cansada de sonhar, de desejar, de te querer e não te ter, de nunca saber se pensas ou não em mim, se à noite adormeces com saudades no peito ou te deitas com outras mulheres. Depois de todas as palavras e de todas as esperas, fiquei sem armas e sem forças. Sobra-me apenas a certeza de que nada ficou por fazer ou dizer, que os sonhos nunca se perderam, apenas se gastaram com a erosão do tempo e do silêncio.
Tenho saudades da época em que qualquer tempo era precioso. Fossem 5 minutos ou duas horas, tu davas tudo para usufruíres dele comigo. Saudades de ver o brilho no teu olhar quando olhavas para mim, saudades de me sentir iluminada só com o teu sorriso. Onde estão as borboletas na barriga? Onde está o nervoso miudinho e o coração a pular de ansiedade? Queria que as guerras de almofadas voltassem, queria novamente aquela genuinidade que parecia intocável.
Não quero ter que esperar, ter que compreender, e simplesmente aceitar que posso ficar para depois. Não quero frases feitas, desculpas esfarrapadas ou fazer o papel de bom samaritano encolhendo os ombros. Não posso continuar a passar a mão no teu rosto e dizer-te que vai ficar tudo bem. Quero genuinidade. quero os teus gritos e lágrimas se for preciso, mas não me obrigues a gritar novamente em silêncio.

As saudades valem o que valem e o tempo não volta.

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